A Ciência e a Astronomia Ancestral

Desenho s/ papel e aguarela da Taça e do Graal, uma referência a simbolos de ambas as culturas, ancestral e moderna.

Conhecer os métodos e práticas da Astronomia Ancestral permite esclarecer todas e quaisquer dúvidas, sobre como os conhecimentos astronómicos naquelas culturas eram científicos, rigorosos e muito pouco misteriosos.

Uma Astronomia baseada em princípios matemáticos e geométricos próprios, que permitem relacionar os Ciclos no Espaço e no Tempo, do Céu e da Terra. Um sistema astronómico, que descreve a cadeia de movimentos planetários da Lua e da Terra com o Sol, sobre padrões semelhantes às formas de Vida Natural na Superfície da Terra, observados em múltiplas dimensões e fenômenos.

O sistema astronómico que está por trás das estruturas dos Calendários justifica a imensa sabedoria alcançada pelas culturas ancestrais, conhecimentos que provavelmente lhes foram oferecidos pelo próprio Universo, como resultado das suas observações ao Céu.

Os ensinamentos que estes conhecimentos astronómicos nos proporcionam, são verdadeiramente didáticos. Enquadram-se em conceitos culturais fundamentais, sempre considerados e utilizados pela Humanidade, na Ciência e na Espiritualidade das Culturas Ancestrais e Modernas.

O maior desafio desta pesquisa realizada aos Calendários Haab e Tzolkin dos Mayas e Aztecas foi chegar à Astronomia, uma tarefa que levou 20 anos a completar. Este foi um trabalho realizado sobre a observação de uma imensidão de números e séries numéricas que se repetiam de forma estonteante, até ter sido possível compreender a forma como eram medidos os Ciclos de Tempo e de Espaço nas culturas ancestrais, e como se relacionavam as órbitas da Terra, da Lua e do Sol, às quais este estudo é restringido.

Desenho a tinta da China s/papel, detalhe da Pedra do Sol 1.

O principal objetivo deste projeto sobre os métodos e práticas da Astronomia realizada nas culturas ancestrais, é poder descrever a mecânica astronómica da Órbita da Terra e da Lua em torno do Sol e sobre o Universo. Um sistema astronómico que se revela muito detalhado e rigoroso que descreve as órbitas e os diferentes movimentos dos planetas, de forma matemática e geométrica, com todos os detalhes, expressa em valores inteiros e racionais.

Uma pesquisa que inicialmente seria  apenas relacionada com Astronomia Ancestral, o estudo dos Calendários transformou-se numa aprendizagem sobre um conhecimento cultural imenso, que afinal se relaciona com tudo, e com o Todo.

O primeiro passo na aprendizagem da Astronomia Maya é conhecer o sistema circular em que as observações astronómicas eram realizadas, sobre um referencial circular de 1440’ (minutos) onde eram praticadas as mais variadas medições e observações astronómicas. Uma ferramenta muito versátil, muito semelhante ao Zodíaco na Astrologia, mesmo que com métodos de medição bem diferentes, onde entre muitas outras variantes, na Matriz de 1440’ não existiam signos nem graus, apenas minutos.

O sistema de observação circular na Matriz de 1440’ permitia estudar e acompanhar os eventos naturais e astronômicos da Terra de forma cíclica, muito ajustada e aproximada à Ordem e Expansão do Universo.

Desenho a tinta da China s/papel, detalhe da Pedra do Sol 2.

O mais extraordinário nesta aprendizagem de Astronomia é descobrir que o sistema ancestral de observação Orbital era realizado de forma tridimensional, com todos os detalhes e sobre ensinamentos sem precedentes na nossa cultura. Um sistema que  permite acompanhar o passo a passo do Movimento dos Planetas descrito pelas suas Órbitas e Planos Orbitais, no Espaço e no Tempo, em viagem sobre o Universo.

Uma Astronomia edificada sobre um sistema matemático e geométrico harmonioso e perfeito, reproduzido a 3 dimensões, 2 de Espaço e 1 de Tempo, que descreve a cadeia de movimentos orbitais sobre Escalas e Unidades de Espaço e Tempo, proporcionais à Terra e ao Homem, onde o Dia Solar era a principal medida de referência.

É sobre o Sistema Circular de medição, que o estudo dos Calendários ancestrais se revela assim, de forma bem mais sofisticada do que se poderia esperar.  Os padrões encontrados no Espaço-tempo na Astronomia pelas culturas antigas podem ter influenciado de forma considerável o pensamento ancestral. Um sistema científico onde a observação dos corpos celestes em viagem pelo Universo ou qualquer evento ou fenômeno natural na superfície da Terra eram explicados sobre um sistema circular de caráter cíclico. 

Desenho a aguarela, que ilustra a Matriz de 1440 minutos da Translação da Terra com o Sol no centro,  e a Rotação com a Terra no centro.Os Eventos descritos pelas culturas ancestrais sobre a Matriz de 1440’, permitem reproduzir os processos astronômicos orbitais e evolutivos da vida da natureza, de forma muito aproximada às dinâmicas encontradas no Universo às quais estamos submetidos.

Apesar de semelhantes, a Matriz de 1440’ é um sistema de medição astronômica muito mais complexo que o Zodíaco, uma ferramenta com múltiplas funções, que permitia observar sistemas e fenômenos astronômicos de diversas formas e dimensões, em diferentes perspectivas. Um método que proporcionou às culturas ancestrais um amplo entendimento sobre a Ordem e Expansão do Universo. Uma Astronomia que explica o Universo como um conjunto de sistemas sobre sistemas, de múltiplas dimensões, articulados entre si, observados sobre os seus movimentos orbitais, circulares e cíclicos no Espaço e no Tempo. Um Universo onde nada pode ser observado isoladamente, de forma individual ou independente.

A Translação e as 4 Estações, o Ciclo da Lua Nova à Lua Cheia, as 24 horas do Dia Solar e a Rotação, a Órbita da Lua e as Marés, são alguns exemplos de eventos mais comuns na Terra que podem ser ilustrados, de forma gráfica e anatómica na Matriz de 1440’, dinâmicas orbitais possíveis de acompanhar ali, no seu passo a passo e de forma tridimensional.

Desenho a aguarela s/Papel, representando a Terra e a Lua em órbita em torno do Sol, onde estão identificados cada um dos seus planos orbitais.Foi só a partir do início do século 20 que o conceito de Espaço-tempo surgiu e começou a tomar forma na nossa cultura Moderna. No entanto, com o estudo dos Calendários podemos confirmar que na Ciência Ancestral, o Espaço-tempo da Terra não representava apenas um conceito, e sim uma realidade já reconhecida, sobre um conhecimento muito desenvolvido, que representa o ponto de partida do estudo da Astronomia.

A Astronomia nas culturas ancestrais explicava como as Órbitas, os Alinhamentos e os Cruzamentos dos Planetas constroem uma trama com padrões matemáticos e geométricos no Espaço e no Tempo.

Uma Astronomia que se dedicou a estudar a Trama de Espaço-tempo da própria Terra, uma estrutura composta por pequenos e grandes padrões matemáticos e geométricos no Espaço e no Tempo, integrados de forma harmônica e proporcional, resultado da dinâmica e articulação cíclica dos planetas em viagem pelo Universo. Padrões encontrados na Astronomia e na Vida da Terra, sobre diversas dimensões e formas, sempre em movimento e em expansão.

Detalhe de Pintura s/Tela, Alinhamentos Planetários onde estão ilustrados vários exemplos de alinhamentos possiveis.

Na Astronomia Ancestral o Espaço e o Tempo são observados como sistemas integrados um no outro,  é  neste mesmo formato indissociável, que estas culturas relacionam a forma física da matéria e a manifestação psíquica da vida natural sobre a Terra. Um conhecimento amplamente desenvolvido por aquelas culturas, onde todos os sistemas naturais eram observados de forma integrada, simultânea e complementar, na Vida, na Matéria, no Espírito, na Terra e no Céu.

O Espaço-tempo na Ciência Moderna é identificado como uma Estrutura, que se manifesta pela sua própria curvatura. Uma deformação que resulta da passagem da matéria e da Energia no Espaço. Um conceito de Espaço-tempo que, de acordo com a Teoria da Relatividade Geral de Einstein, determina que a Gravidade não é uma força mas sim, a consequência da curvatura do Espaço-tempo.

Enquanto o Espaço-tempo na Astronomia Ancestral é explicado como uma estrutura articulada, descrita sobre padrões harmônicos e proporcionais, que resultam da dinâmica e cruzamento orbital, dos planetas em cada segmento, de espaço-tempo específico do Universo. Esta é a rede de espaço-tempo que no caso da Terra, é tecida pela sua própria dinâmica, com a Lua e com o Sol, uma malha que envolve e acompanha a Terra, no Espaço, no Tempo e sobre a sua Superfície.

Na perspectiva das culturas ancestrais, o Espaço-tempo da Terra é como uma Trama em movimento e evolução perpétua, organizada por cadeias com padrões harmônicos e sucessivos, sobre diversas escalas e formas, reconhecidas pelas semelhanças encontradas com a vida natural da superfície da Terra. Uma estrutura astronômica tecida pelo sistema triplo da Terra, da Lua e do Sol, que pode ser interpretada como uma espécie de útero, gerador da Forma Física e de Matéria, ao mesmo tempo que é considerada também, um veículo de propagação da manifestação Psíquica e emocional da Vida natural sobre o nosso planeta.

O Espaço-tempo Moderno e Ancestral são conceitos difíceis de relacionar, mas não necessariamente inconciliáveis. Duas culturas afastadas no Tempo e no Conhecimento, que observam o Espaço-tempo sobre padrões e perspectivas diferentes, mesmo que ambos descritos sobre coordenadas de Espaço e de Tempo.

Na Física Moderna o Espaço-tempo é observado de forma quadrimensional, enquanto na Astronomia Ancestral o Espaço-tempo é tridimensional. O desencontro dimensional entre o Espaço-tempo Moderno e Ancestral, é justificado pela diferença de perspectiva e práticas de observação em que ambos os sistemas são realizados. Na Física Moderna o Espaço-tempo é uma estrutura observada num Universo bem distante da Terra, enquanto na Astronomia Ancestral o Espaço-tempo é descrito e integrado nas dinâmicas Orbitais aqui, no Planeta Terra.

No Espaço-tempo Moderno o sistema de coordenadas quadridimensional resulta da combinação das 3 dimensões espaciais, Comprimento, Largura e Altura, em que a unidade de medição padrão é o Metro, acrescida de uma dimensão de Tempo, em que a Unidade padrão é o Segundo. Um sistema de coordenadas de Espaço-tempo de 4 dimensões que é transformado matematicamente numa única estrutura, um modelo bem complexo abstrato, sem correlação direta com a Natureza, descrito pela equação de campo de Einstein, na teoria da relatividade geral, que permite relacionar a curvatura do Espaço-tempo com a distribuição da matéria e da energia no Espaço.

Era sobre dois sentidos e duas coordenadas de Espaço e de Tempo observados na Matriz, que era determinada a velocidade orbital e descritos os movimentos dos planetas na Astronomia Ancestral.

Desenho a Aguarela s/Papel, representação da Matriz de 1440 minutos, assinalada com os minutos de espaço e de tempo, assinalando os dois sentidos do Espaço-tempo.

O modelo de Espaço-tempo Ancestral é encontrado nas Órbitas e velocidade angular dos Planetas determinada sobre a Matriz de 1440’. Uma Astronomia com um sistema de observação que permite identificar na órbita de um Planeta vários movimentos e perspectivas orbitais diferentes entre si, determinadas por 3 coordenadas, 2 de Espaço e 1 de Tempo, de forma simultânea e complementar. Um método desenvolvido pelas culturas ancestrais, e que em nada se relaciona com os sistemas de coordenadas tridimensionais modernos mais comuns. Os conhecimentos astronômicos ancestrais permitem distinguir os diferentes tipos de movimento, a obliquidade e velocidade orbital dos planetas no Espaço e no Tempo. O conjunto de coordenadas e métodos de observação ancestrais proporcionam uma visão astronômica descrita de forma completa, detalhada e tridimensional de como se movimentam os planetas na sua viagem sobre o Universo, e de que maneira é possível cumprir e construir uma malha rigorosa, padronizada e pontual de Espaço-tempo.
Desenho a Aguarela s/Papel, representação da Matriz de 1440 minutos, assinalada com os minutos de espaço e de tempo, assinalando com destaque os dois sentidos opostos do Espaço-tempo.

Mesmo que em ambas as Astronomias Ancestral e Moderna, o Espaço e o Tempo sejam observados de forma integrada e simultânea, o Espaço-tempo Ancestral é estudado sobre o Sistema Circular e Cíclico da Matriz de 1440’ enquanto no Sistema Moderno é assente em observações de caráter linear. São substanciais as diferenças encontradas no conceito de Espaço-tempo ancestral, integrado no aqui e agora da nossa viagem pelo Universo, enquanto no Espaço-tempo moderno onde a sua descrição se mantém misteriosa sobre um segredo bem guardado por detrás de uma equação.

O sistema de coordenadas ancestral explicado no estudo dos Calendários é inédito nas culturas modernas, um modelo astronômico onde são identificados dois movimentos opostos e complementares nas órbitas dos planetas, representados por duas coordenadas de Espaço assinaladas em sentidos contrários, ambas relacionadas com uma coordenada comum de Tempo sobre a Matriz de 1440’.

Reprodução de desenho Maya, onde são ilustrados dois homens apontando um para o outro segurando  um pedaço de corda, um em cada extremo,  uma forma de representar os dois sentidos do Espaço-Tempo.O Movimento Solar, é o movimento orbital dos planetas, observado de forma circular e cíclica na Matriz de 1440’, identificado no sentido horário, sobre uma perspectiva orbital fixa, que na dinâmica da velocidade é modificada para que os planetas não desorbitem, por um movimento contrário seu complementar, o Movimento Sideral, identificado no sentido anti-horário na Matriz de 1440’, uma prática que permite acompanhar a variação dos planos orbitais dos Planetas em órbita.

Os Movimentos Solar e Sideral das Órbitas dos planetas são assinalados na Matriz de 1440’ de forma simultânea, é assim, sobre duas forças orbitais contrárias, representadas por duas coordenadas de Espaço-tempo em oposição, que o sistema astronómico ancestral distingue astronomicamente, e a cada momento no Espaço e no Tempo, o movimento orbital dos planetas em simultâneo, com o seu Movimento de Precessão.  É na forma como a Astronomia Ancestral diferencia o Movimento Solar e Sideral que é possível explicar as Órbitas dos planetas sobre valores inteiros e racionais, um sistema astronômico que permite acompanhar de forma gráfica e tridimensional as Espirais Orbitais dos planetas em viagem pelo Universo, revelando que o  modelo astronômico Eclíptico Moderno poderá ser um sistema bastante incompleto.

Era sobre a Matriz de 1440’ que a Astronomia Ancestral observava as Órbitas e os Ciclos planetários, representados sempre no seu giro completo de 1440’, ou de 360º para o sistema Moderno, onde as grandezas planetárias ali representadas são expressas exclusivamente em Unidades de Minuto para o Tempo, e Minutos angulares para o Espaço.

A Matriz de 1440 minutos é um gráfico astronómico inspirado no Dia Solar, um sistema que permite representar qualquer órbita planetária completa, de forma equivalente e proporcional, à escala Humana e da Terra.

Nesta Astronomia a Unidade era o Ciclo, uma estrutura evolutiva obrigatória no Universo, sempre percorrida de forma completa por todas as identidades. De maior ou menor dimensão no Espaço-tempo, o Ciclo é a Ordem natural evolutiva representada na Matriz de 1440’, onde os 1440 minutos representam o padrão mais comum de fracionamento, dos possíveis diferentes momentos de referência dentro de qualquer Ciclo, que na verdade pode ser dividido por infinitas partes no Espaço e no Tempo.

Detalhe de Pintura s/Tela, Alinhamentos Planetários onde estão ilustrados vários exemplos de alinhamentos possiveis.
Para aquelas culturas a Unidade e integridade de um Ciclo completo era de caráter Sagrado e  indivisível, que não pode ser interrompido. Em concordância com a Matriz e o Universo, o método de observação ancestral não considerava sistemas lineares, todos os estudos científicos eram assentes em sistemas circulares e de caráter cíclico, que permitia à
Astronomia observar os Alinhamentos e Padrões descritos no Espaço e no Tempo, resultantes das dinâmicas planetárias e que estão na origem da articulação do Espaço-tempo.
Pintura s/Tela, Ciclos e Alinhamentos Planetários onde estão ilustrados vários exemplos de alinhamentos possiveis.
Por não ser linear, o sistema de medição ancestral estuda e observa os eventos astronômicos, sempre sobre Ciclos completos, com um ponto de partida e de chegada de zero minutos, seja qual for a sua amplitude no Espaço-tempo, um Ciclo completo tem sempre uma órbita de 1440’. É sobre as Órbitas, Ciclos, Eventos e Alinhamentos planetários que o estudo da Astronomia se realiza, a dinâmica onde o Universo se manifesta de forma circular e cíclica, rigorosa e pontual. Um conhecimento que descreve a viagem do planeta Terra, e que acompanha os seus diversos movimentos e dinâmicas, também com outros planetas, nas suas órbitas, cruzamentos e diferentes velocidades, sobre as quais é tecido o Espaço-Tempo. 

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